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sexta-feira, 27 de julho de 2007

Perfumaria árabe - poesia e perfumes


I don't feel like writing a poem,

Instead, I will light the incense-burning vessel

Filled with myrrh, jasmine, and frankincense,

And the poem will grow in my heart

Like the flowers in my garden.

- student of Hafis (15th century A.D.)


Eu não sinto como que escrevendo um poema

Pelo contrário, eu acenderei o incensário

cheio de mirra, jasmin e olíbano

e o poema crescerá em meu coração

como as flores no jardim

Chinatown Bond n.º 9 - Adorável Bond n.9


Este perfume é adorável... um dos perfumes mais doce oriental que propriamente um floral oriental, na minha singela opinião e que valem uma borrifada, mesmo que seja como amostragem. Diria que Chinatown tem uma concentração na base que é bem provocativa, mesclando muito mais o amadeirado e abaunilhado e o especiarado do cardomono do que as notas florais que que o estruturam. Consegue ter um efeito hipnotizante com a cremosidade que o acompanha - em particular - porque há algo nele que me lembra demais leite de coco com uma especiariaria exótica que a todo momento o liberta como ondas quentes em toda a pele. A gardenia é pouco evidente, mas de todas as flores, ainda é a nota que o aproxima de um floral e consegue ser variavelmente evidenciada. A fixação é surpreendente e o perfume carrega uma mensagem de feminilidade na qual o patchouli e o floral não dão o tom final e sim a base açucarada. Um must have para as bond n. 9 girls e boys que apreciam um cookie.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Perfumaria árabe - O perfumista árabe e sua raqsa Khawala Shadhiyah



Naquele dia ela dançaria só para ele e a química entre ambos seria convertida em uma alquimia de inúmeras fragrâncias exóticas que ele mesclaria somente para sua raqsa, até extrair o mais vibrante e perfumado attar, o attar que significaria o amor e respeito entre ambos, um perfume feito de flores para seu botão de flor,o que desabrochou para seu amor.
Aquele perfumista árabe era encantador, viril e sensível ao mesmo tempo. Um artista dos aromas principalmente para sua bailarina, a bela Khawala Shadhiyah. Ele entendia a delicadeza dos ingredientes e tinha a habilidade de deixá-los ainda mais irresistíveis para a beleza daquela jovem pele macia. Ele usaria todos os mais nobres sentimentos para trazer amor, paixão e desejo, para iluminá-la com pensamentos positivos, acalentá-la com o fogo do amor... aquele amor tão intrigante para o coração e a alma.
Khawala amava aquela sensibilidade de seu perfumista árabe; como ele mesclava os óleos , transmitindo tantos elementos da natureza para um perfume único, capaz de ligá-la à terra, a ele e ao céus... como se aquele amor terreno fosse também divinal, sensualmente carnal e espiritual.
Enquanto preparava o perfume da sua bela bailarina, ela compreendia que as artes de ambos sempre dialogavam. Ele tinha a mesma habilidade de uma belly dancer, que entende o público e sabe quando e como intrigá-lo, estar perto dele, fluir com ele gradualmente e de forma irresistível... deixando os homens sem palavras e as mulheres desejando ser ela...sempre levados por sentimentos de amor, desejo e romance. Assim era a forma de criar do perfumista, assim era sua forma mais genuína de criar um perfume para a sua amada perfumada, sua bela Khawala Shadhiya.



Khawala Shadhiyah: perfumada bailarina.. um das minhas facetas.

Texto escrito inicialmente no meu multiply Tanz und so weiter

Agent Provocateur Maîtresse (2006)


Tenho uma certa resistência para experimentar fragrâncias que levam a tarja de aldeídico , no entanto considerando o apelo desta marca de lingerie, poderosíssima versão inglesa de Victoria´s Secret e após ter se rendido ao Agent Provocateur (tradicional) não pude evitar esta experiência mesmo que aldeídica. Realmente o início é bem floral com uma saída que mescla o aldeído com violetas na minha pele. Lembra perfumes como Chanel n. 5 e cia . Nada sexy para iniciar uma relação perfumística, na minha opinião, mas tive o mesmo sentimento ao borrifar a primeira vez o Agent Provocateur, uma saída frustrante que requer uma tolerância nos minutos iniciais. Diria que o AG tradicional me deu mais esperanças pois é notável a saída mais oriental, almiscarada e amadeirada. Já o AG Maîtresse, além de ter uma saída que lembra o clássico jeito de ser dos aldeídicos, a base se desenvolve com o couro, muito marcado na minha pele , com uma notável nuance ambarina dependendo da sensibilidade da narina ao aspirá-lo. Lembra sensivelmente talco de banhador. O nota de couro mais animal me incomoda mais que o aldeídico do início. Ainda sou uma agent provocateur tradicional e afirmo que os narizes da gigante inglesa de lingeries são bem diferentes dos narizes da sua semelhante, Victoria´s Secret. Há um certo Glam nas fragrâncias de AG que não há nos da VS . Um glam de toucador inglês, mais personalizado e também mais vintage; mas não acho que é tão provocativo como suas lingeries e ainda prefiro ser comparada a uma Angel da VS. Definitivamente esta fragrância não é o meu estopim para ser uma agent provocateur.

sábado, 21 de julho de 2007

Perfumaria árabe - o aroma une o oriente e o ocidente, une-nos em paz. Salam!



Whichever your Faith (Seja qual for sua fé)

Whichever your beliefs (Seja qual for suas crenças)

there is one thing that we can all agree (Há algo que podemos todos concordar)

The Scents herein assembled from a world apart ( aqui os perfumes de um mundo à parte se reúnem)

Bind us all together and (ligando-nos bem juntos)

touch our hearts (tocando nossos corações)

Mensagem de um querido artista muslim da perfumaria árabe.

Foto : Attar levemente doce, com sândalo, musk, verbenna, citron, agarwood e infusão de rosas e orquídeas

terça-feira, 17 de julho de 2007

Perfumaria árabe e suas representações



Falando um pouco sobre os attars e suas representações, exponho um pouco de quais seriam os principais pilares do uso destes óleos concentrados em forma de perfume, em sua maioria. Mais adiante poderão ver que de maneira geral, o perfume está presente em vários aspectos da dança, seja para a auto-estima, seja para o ser feliz, seja para o seduzir. Primeiramente, o attar tem um relação bastante próxima a questão mais espiritualizada da cultura, por isso há um respeito onde , como e por que usá-lo. Desde o Egito antigo, os perfumes eram utilizados em cerimônias religiosas porque criavam uma atmosfera para a reflexão e a meditação, normalmente as matérias primas dos perfumes estão relacionados a criar um estado de espírito sereno e reflexivo, algo que começa não está simplesmente no corpo, mas é parte da alma e trará uma conexão do espírito com todo o resto do corpo físico, por este motivo muitos rituais espirituais , principalmente de oferendas aos Deuses, implicavam difundir os perfumes em incensos além de dar como oferenda a estes Deuses. Matérias primas como rosa, sandalo, cedro são considerados elementos naturais mais tradicionais com propriedades de ligar a natureza ao ser humano e o ser humano ao divino. Esta seria um das representações dos attars para estas pessoas: ligar o terreno ao espiritual. Nestas ocasiões, a dança e a música ou simplesmente o silêncio acompanhavam os incensos perfumados no ar, como uma fascinante atmosfera oriental, enigmática e transcedental.
Trazendo os attars para um contexto mais moderno, esses óleos concentrados representam um ponto de apoio para a saúde, ou seja, nas formas mais puras estas essências tem propriedades curativas que implicam usa-las em contextos de aromaterapia, na sua maioria. Para o oriente, a aromaterapia não é tão formal como vemos no ocidente, de ir em uma loja e comprar essências. Normalmente, estes óleos são preparados no contexto familiar (na forma tradicional, como um elemento curador) ou muitas vezes por um muslim de confiança, no qual a família tem grande respeito. Esta seria outra representação destes elementos para a cultura, ou seja, pessoas que buscam simplesmente sentir-se melhor, curar-se de algo que lhes ataca o corpo e a mente. Normalmente o contexto é mais doméstico e não necessariamente médico. Um exemplo é o óleo de Wild Mysore Sandalwood, que além de ter um perfume doce e amadeirado, é genuinamente um elemento que serve para aliviar tristeza, depressão, estados negativos da mente. Por outro lado, ele é conjugado na indústria cosmética com elementos com o Frankincense e vitamina E que combatem o envelhecimento da pele. Colocando em um contexto mais geral ainda, a outra representação é a que engloba a vaidade em si, a sedução , o afrodisíaco e o dar um presente que permite dar ao presenteado todas as representações juntas e porquê não o perfume como um acessório que veste a pele, parte do ritual de preparação para uma dança.
Nestes casos, os attars que levam notas marcantes como rosa e jasmin, musk, sandalwood, musk , amber e agarwood conseguem englobar as principais notas que trarão feminilidade e masculinidade (a rosa é um elemento bastante masculino na cultura árabe), o musk é um tipo de feromônio sexual , o sandalwood é relaxante, trabalha a favor da sensação de prazer , o amber é um elemento de sensualidade, mais quente e o agarwood com a opulência e aroma intrigante da resina ; enfim possibilitam englobar um attar mais completo que une toda a representatividade do perfume árabe para a cultura, em geral. De maneira geral, o ato de dar um perfume como presente é um ato cheio de sentimento, que chega a ser um ato de nobreza e cavalheirismo, principalmente entre homens; por isso nas famílias mais tradicionais e nobres do oriente, o ato de dar e receber um perfume é uma honra; costumam ser perfumes personalizados justamente para colocar o que é presenteado e aquele que presenteia em uma relação de lealdade, amizade e respeito. No caso das mulheres árabes, o perfume também é um ritual, um preparar-se para o homem, um elemento da passionalidade que existe em cada uma delas; por isso assim como ela desenha o seu olhar de forma majestosa com o kajal (khol) ela também se perfuma. Entre os véus e a opressão, existe a paixão e a vaidade dentro de cada uma delas.

Fotos:
Mulheres persas tocando em cerimônia e mulheres árabes com véus





Perfume Review: Le Baiser du Dragon, Cartier - Basta somente um "petite baiser"


Basta somente um "petite baiser", uma borrifada deste EDP, um sopro, um beijo deste perfume para que todo o corpo se aqueça com este aroma sedutor, fascinante e muito chique. Um aroma poderosíssimo, que só poderia ser requintado na medida certa , reflexo de uma marca que cobre homens e mulheres com jóias, la Cartier. A evolução de Baiser du dragon na minha pele aconteceu em diversas camadas, característica digna de poucos perfumes que conseguem evoluir de forma gradual, misteriosa, como se cada nota pedisse para ser decifrada. Uma saída intensa , amadeirada e adocicada na qual prevalece o amaretto e o patchouli em um primeiro momento. Neste momento, é interessante notar que o perfume adquire um leve estado amargo ; percebi que sentindo a pele com atenção, nota-se uma nuance amarga que um pouco depois se mescla a uma mistura do benjoin e do vétiver; acredito que seja a influência do neroli pois esta nuance amarga chega a ser levemente um cítrico amargo. O benjoim sobe um pouco mais na pele, me fazendo lembrar a sofisticação do Moschino Couture; de fato um aroma bem aparente, mesmo com a intensidade das notas de vétiver que por fim fecham o perfume com um floral amadeirado, muito mais amadeirado. Interessante é que o aspecto floral se une ao fim como o fio que faltava para deixar o perfume mais feminino e sensualíssimo. Na minha opinião, uma obra prima de Cartier que reflete a classe da linha. Tem a versatilidade para ser usado por homens, embora o perfume quando bem fixado seja um perfume de mulheres poderosas, elegantes e sensuais. Pessoalmente, não consigo imaginar este dragão beijando um homem pois o relaciono a imagem de uma mulher como em chamas, mas como todo perfume de vanguarda, poderia dizer que Le baiser du dragon é como boa parte dos perfumes de nicho para o qual não há sexo definido; um clássico atemporal e assexual.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Perfumaria árabe - quebrando paradigmas


Existem alguns paradigmas que tem que ser quebrados com relação aos perfumes árabes. De fato as embalagens são lindas, mas não fazem o perfume ; os melhores perfumes concentrados à óleo são aqueles feitos por designers árabes (ou que tem outra nacionalidade mas que tem um viés oriental como é o caso do Cambojianos e indianos) que são grandes artistas artesanais. Basta pensarmos que a perfumaria árabe é uma perfumaria de nicchia (perfumes que não se encontram nas grandes redes comerciais, tidos como exclusivos e raros), só que uma nicchia muito movida por aspectos culturais do oriente, que são diferentes de um Serge Lutens, por exemplo, que tem a ostentação de uma Shiseido por trás do talento dele. A perfumaria árabe é uma perfumaria onde se busca inspiração do "chão árabe", das coisas da terra como a rosa (que é um elemento base na perfumaria árabe), o Agarwood ( que é fruto de um processo de decomposição nas árvores no qual se extrai uma das resinas mais caras e mais exóticas do mundo), do musk e do sandalo em formas mais puras e intoxicantes(que transitam desde o afrodisíaco até as propriedades terapêuticas, entre outros). O expertise para elaboração de óleos concentrados na sua forma mais genuína se mantém dentro do povo árabe e o perfume tem um mindset muito mais elaborado do que estamos acostumados com todas estas grifes que falamos. O mindset deles está relacionado a bem estar, auto-estima, família, qualidade de vida. O perfume não é só pra se perfumar, mas para exalar no incensário, para curar depressão, elevar a alma a um estágio de inspiração, de entrega. Digo isso pois devido ao meu contato com a cultura árabe de alguma forma, possibilitou que eu tivesse alguns contatos que entendem de attars melhor do que eu. De fato tem muitos attars (perfume, em árabe) com matérias primas extremamente caras como Ambergris branco, Musk negro, Rosa Tai'fi , Agarwood , Oudhi , sandalo mysore puro e algumas outros que são a base da perfumaria árabe; no entanto o preço irá variar de acordo com o % usado e qual é o blended que o artista irá fazer.Começar a pensar em comprar perfume árabe requer que esqueçamos todos os nossos conceitos sobre tamanho do frasco, beleza da embalagem, "status" da procedência do produto (uma botique , por exemplo), pois encontaremos attars de 1ml , 3 ml ou até mais mas que são altamente concentrados e foram sofrerão infusão de matérias primas em diversos níveis de estágio. Uma única gota resulta em uma pele perfumada por todo um dia, mas não é só isso , a durabilidade e resistência destes aromas é algo fora do comum. Os perfumes considerados "majestosos" chegam a durar 60 anos e quanto mais velho, mais caro fica. Normalmente estes perfumes são dados como presentes para pessoas que tem grandes relacionamentos sejam pessoais ou de negócios com sheiks, princípes, diplomatas e tantos outros. Existem também níveis de longevidade de algumas matérias primas que as tornam mais caras, como é o caso do Ambergris. O Branco é o mais caro, o dourado fica em uma fase intermediária e o negro é o de menor qualidade e preço; por tudo isso e mais é que a perfumaria árabe não é só comprar o perfume, mas é entrar em uma cultura e fazer parte deste ritual sobre a relevância do attar dentro da cultura.Por outro lado, a perfumaria árabe também não é um mundo à parte, ela precisa se socializar com o ocidente e quebrar as fronteiras, por isso que temos linhas de vanguarda no capitalismo perfumístico que é a Amouage (que tem uma forte tradição na família imperial Omar) e o próprio Montale(que tem Attars caríssimos e dialoga com o oriente em suas fragrâncias), além de marcas mais medianas, mas igualmente importantes como AlHaramain, Ajmal, Rasasi, Swiss Arabiam parfum, AlRehab e tantas outras que investiram muito mais em marketing e tem um % de seguidores que preferem gastar em um perfume considerado mais popular que investir em um perfume feito por um perfumista artesão dos Emirados Árabes e que tem seus clientes através do boca a boca ou no seu próprio nicho ou 200 Euros em um Amouage, por exemplo.
Foto: Frascos da fragrância Gold, um clássico da marca Amouage, da família imperial Omar e uma das linhas mais caras entre as comerciais da perfumaria árabe.
Texto extraído do meu multiply de dança árabe e flamenca, no tópico de perfumaria árabe no qual também escrevo.



domingo, 15 de julho de 2007

Perfume Review: Miel de Bois, Serge Lutens


Um perfume maravilhoso... um doce de fragrância, composta por um mel raro, preciosamente silvestre. Diria que é como imaginar o mel envolto em todo o corpo em uma atmosfera oriental e de mistério, entre lençois nobres e egípcios. O mel que se converte como um acompanhante íntimo no aconchego do quarto.
É um mel balsâmico, daqueles que cobrem o corpo como veludo assim como a abelha que repousa sobre a flor... como uma imagem poética da natureza que se converte em uma imagem real dentro da intimidade dos lençois. Que bálsamo! Eu diria até mais, parece um óleo puro, um extra virgem feito por um mel fino e ao mesmo tempo tão consistente; feito por aquelas abelhas grandes, poderosas e com temperamento efervescente. Há certa inquietação no mel que mesclado ao amadeirado parece causar explosões olfáticas, liberando mais mel. No momento quando o Mel e as madeiras se encontram e transitam notas entre eles é como um efeito mágico , quase que hipnótico. O perfume consegue ser simples (mel e madeiras), mas exercer um atração como um feitiço. Quisera eu derramar este bálsamo de mel sobre mim, saciar-me com este cálice da natureza... nada santo, totalmente profano.









Perfumaria árabe - uma arte, uma gota mágica de attar em cada dança



Sou uma admiradora de perfumes, muito mais, sou apaixonada , praticamente uma colecionadora e, com isso, tenho descoberto como a perfumaria é uma arte como qualquer outra arte. É a arte de reunir notas, acordes, uma completa sinfonia para transformar aromas em pura roupagem. O perfume é como vestir uma pele, como contemplar o resultado do trabalho de um artista e se deliciar com este momento mágico. A perfumaria árabe tem sido meu foco de atenção, não somente pela paixão que tenho pelo universo arábe, mas por toda a história, beleza e encanto que está por trás destes grandes artesãos de aromas inebriantes e fascinantes.
A idéia de escrever sobre a perfumaria árabe não é somente por ser uma das minhas paixões e levar o conhecimento às raqsas e os habibs que são meus contatos, mas para mostrar que o perfume, no caso da dança, é um elemento que veste a pele, como qualquer acessório. Assim como colorimos nossos rostos e corpos, também vestimos nossa pele com o colorido das roupas e com um bom perfume. No contexto árabe, o perfume é um elemento tão importante e tão respeitado que , assim como a dança é uma entrega, o perfume pode nos acompanhar neste momento único, onde nosso corpo, alma, coração e espiríto podem sugerir a mensagem, com uma boa fragrância . Coloque uma gota mágica de attar em cada dança e simplesmente entregue-se a essa paixão.

Foto: Rosa Damascena
Texto extraído do meu multiply de dança árabe e flamenca, no tópico de perfumaria árabe no qual também escrevo.



quinta-feira, 12 de julho de 2007

Perfume Review: Flower by Kenzo oriental... flutuante


Flutuante, eis um bom título para acompanhar o perfume Flower Oriental by Kenzo. É um perfume que não conseguiu manter uma "personalidade estável" na minha pele, ou seja, foram três momentos de notas aromáticas muito extremos os quais não deram ao perfume uma característica mais singular como o que vemos no Flower Kenzo tradicional, com aquele floral atalcado que vai do começo ao fim.
Em um primeiro momento, as quase mesmas notas de flores do Kenzo tradicional aparecem transitando como que em uma fronteira com um aroma bem sintético de madeira, incensado. Cinco minutos e o que sinto é um vai não vai do amadeirado, querendo fazer efeito e se estabilizar. Até uma hora de uma borrifada ou toque leve, a madeira "spicy" é bem forte para um perfume feminino como Kenzo, o que nem se imagina se tratar de uma versão oriental, descaracterizando a linha flower.
O interessante é que depois de umas três horas, o perfume fica mais abaunilhado e perde totalmente o viés amadeirado começo e meio do perfume. Verificando a composição , de fato ela se estabiliza, a leve baunilha com a quase que desaparecida pimenta.
Muito flutuante na minha opinião, perdendo o amadeirado incensado que é tão forte no início de forma definitiva. Prefiro o Flower by kenzo por conseguir manter mais equilíbrio e algo mais "unique" ao perfume.


quarta-feira, 11 de julho de 2007

Perfume Review: Carolina, de Carolina Herrera: morangos para adultos

Perfume Carolina Carolina Herrera




Este perfume é muito pouco comentado, um pouco ofuscado pelos populares 212 e 212 Sexy e do depois lançado Chic. Digo que o perfume foi uma surpresa para mim em apenas um sentido: consegue ser um perfume de morango e demais frutas vermelhas  com cara de gente grande e uma discreta classe, ou seja, ele não se infantiliza como outros perfumes onde sobressaem estas notas. 


O começo é bem frutal ( como lembrar de um líquido gelatinoso de morangos) e exige uma melhor evolução para não ficar enjoativo. O melhor do perfume na minha pele aconteceu após 5 horas, quando as notas de berries, com nuances de pimenta (este quando se encosta bem o nariz e a aspira profundamente) se mesclam a um leve amadeirado. 


Visualizo Carolina como um perfume versátil dentro de uma coleção (para quem gosta principalmente de frutais), podendo ser usado para trabalhar, passear no campo e até mesmo um happy hour. É um dos poucos perfumes com frutas quentes como as vermelhas que consegue ser adulto.





Photo credits: Carolina Herrera